Noite na Watch Tower

   Por volta das 19.30 saímos daqui com o Shaun. Parámos na casa dele para pegar dois colchões e dois sacos-cama. Como também tínhamos os nossos sacos-cama, não passámos frio nenhum durante a noite.
   Como primeira impressão, achei que subir a torre ia ser um grande desafio! Porque os degraus estão muito espaçados. Acabou por se revelar uma tarefa não tão difícil, mas exigiu algum esforço e concentração. Cheguei ao cimo é o que interessa! =p

Fotografia tirada na manhã seguinte
   A torre abanava muito ligeiramente, cada vez que nos mexíamos! Cada vez que estava de pé (e acho que foram só duas), agarrava-me bem!
   O Shaun deu-nos o telemóvel dele para ligarmos no caso de vermos alguma coisa estranha. Parece que antes, os caçadores tentavam caçar os animais daqui. Como nesta zona não há muitos animais, a quinta  surgia assim como uma forma fácil de conseguir zebras e kudus. Portanto, se ouvíssemos pessoas, cães, luzes tipo lanternas, barulhos na vedação, tínhamos de telefonar. Confesso que isto assim pareceu ligeiramente assustador... Mas ele assegurou que não ia haver problema nenhum e que, no caso de haver alguém interessado em levar animais, se visse pessoas na watch tower mudava de ideias. Desde que começaram a fazer vigilâncias nocturnas, patrulhando a quinta durante a noite e dormindo nas watch towers, deixaram de aparecer caçadores.
   Ele deixou-nos uns binóculos para ver no escuro, via-se tudo verde e com relevo. Como nunca tinha usado uns binóculos daqueles, gostei da novidade! :)
   Começámos por fazer um piquenique no cimo da torre, só com junk food (bolachas, chocolate, batatas fritas). 
   A Cheryl até levou o iPod e colocou uma musiquinha. Mas, de repente, começámos a ouvir o barulho de um animal, uma espécie de uivos!... A Cheryl assustou-se e desligou logo a música, porque lhe pareceu uma pessoa a gritar. Depois, acabou por perceber que eram apenas uns animais. Pelo som, calculámos que deviam ser os chacais. Olhámos pelos binóculos mas não conseguimos ver nada.
   A noite passou-se bem porque tínhamos imensos sacos-cama, por isso não tivemos frio nenhum. 
   Dormi bem, mas cada vez que me mexia acordava, porque a torre abanava ligeiramente... Mas voltava a adormecer logo de seguida.
   Para evitar o vento frio nas orelhas, dormi completamente tapada pelo saco-cama. Numa das vezes que acordei, abrir um dos olhos e levantei só um bocadinho do saco-cama e espreitei lá para fora. Ainda estava escuro... Voltei a adormecer. Mais tarde, voltei a despertar e voltei a espreitar abrindo só um dos olhos. Já estava alguma claridade e ouviam-se imensos pássaros. Abri então os dois olhos, meti a cabeça fora do saco-cama e fiquei a observar a imensidão da quinta acompanhada pelo som dos pássaros e três kudus! Fiquei assim durante algum tempo, até que consegui perceber que a Cheryl também já estava acordada. Eram 6 da manhã.
   Ainda bem que acordei a essa hora. Consegui ver o nascer do sol!

Amanhecer em Naankuse
   Vi imensos pássaros! E, finalmente, consegui ver os yellow-billed hornbill! Já tinha ouvido falar deles e alguns voluntários já os tinham visto... Eu vi bastantes de manhã!
yellow-billed hornbill

   Do outro lado da vedação, apareceu um dos leopardos adultos (são dois). Passado um bocadinho foi-se embora. Já o tinha visto quando fiz a minha primeira Border Patrol.


   Estava ligeiramente preocupada em descer da torre! :p Por momentos, cheguei a pensar "bom, acho que vou ficar por aqui por cima...". Decidi descer em primeiro lugar, então! Combinei com a Cheryl que, quando estivesse lá em baixo, ela atirava as nossas coisas cá para baixo e eu apanhava. 
   Consegui descer! Senti-me mais segura com os pés de novo em terra! :p

1 comentário:

  1. Lol, acredito que a torre abanasse mas a vista é simplesmente fantástica. E o nascer do Sol, sem palavras... tb adorei ver o nascer do Sol quando estive no México. Bjs. Ana M.

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