4ª Semana em Maputo

16 - 19 Ag 2011

    Só agora é que me apercebi de que esta foi a minha quarta semana em Maputo. O tempo passa a correr e ainda há tanto para descobrir!
    O meu diário de bordo anda um pouco atrasado, por isso vou deixar aqui alguns pormenores desta semana, maioritariamente gastronómicos (devia começar a chamar ao meu diário de bordo: "Diário gastronómico"! Mas, para dizer a verdade, acho que se pode viajar de muitas formas e experimentar os pratos de novos sítios é uma delas).
    Experimentei duas frutas moçambicanas que ainda não conhecia:
   A massala - no meio da polpa tem uns quantos caroços e é um bocado ácida.

Massala
Massala
   E esta a seguir (não me lembro do nome, era um bocado complicado... parece que tem veludo por fora e parece muito ácida ao início, mas depois fica mais doce):



   Na 5ªf tive um pequeno-almoço tipo hotel. Comi ananás e papaia ao pequeno-almoço!
   Lembrei-me duma curiosidade em relação ao ananás! No outro dia, aconselharam-me a pôr por cima do ananás um bocadinho de pimenta preta moída e sal. De facto, não liga nada mal!
  
   Mais um jantar feito pelo Emanuel:

Jantar feito pelo Emanuel
   Na 6ªf à noite conheci o Bairro. É uma rua que é fechada e há música e um bar. Foi muito divertido! Chegámos a casa por volta das 5.30. Tive a coragem de colocar o despertador para as 8.30 porque se seguia um fim-de-semana na Namaacha e estava combinado sairmos por volta das 9.30...

 

15 Agosto 2011, 2ªf

   Hoje acordei com um estrondo e ouvi gritos na rua e os alarmes dos carros a disparar!
   Levantei-me, fui à janela espreitar e vi que estava a chuviscar! Foi um trovão! E depois começou mesmo a chover.
   Como o despertador ainda não tinha tocado e como a cama estava muito quentinha, voltei a deitar-me. Mas estava a sentir-me mais descansada que o habitual... como se tivesse dormido mais... decidi então ver o telemóvel e já tinham passado 20 min depois da minha hora de levantar! Não me lembro mesmo de ter ouvido o despertador a tocar... Mesmo assim, não me atrasei.

   Hoje ao jantar aprendi a usar o biryani para o arroz. Além disso, soube que um prato que comi no outro dia (era um rolo, cortado às fatias, de espinafres e uma pasta de grão com especiarias, apesar de não saber a grão) se vende enlatado e tinha vindo do Martim Moniz. Acho que quando regressar a Lisboa, vou fazer uma visitinha ao Martim Moniz!
   Continuando o meu diário gastronómico, o almoço foi caril de soja e arroz basmati extra longo e super leve e aromático.

   Estava tanto frio à noite que tive de vestir uma daquelas camisolas de Inverno, enrolar o lenço ao pescoço e calçar mais umas meias daquelas próprias para o frio. O que vale é que vim equipada com roupa desta porque depois vou seguir para a África do Sul.


14 Agosto 2011, Domg

   Domingo foi um dia muito calmo. Enquanto que, sábado esteve muito sol, o Domingo foi muito cinzento e começou a ficar mais frio. Só apetecia estar em casa no quentinho. Por isso, como o dia foi passado em casa a descansar, eu e o Emanuel, depois de jantar, fomos ao Núcleo de Arte. Gostei muito do ambiente e, finalmente, provei uma 2M! Uma das cervejas de cá. A outra é a Laurentina. Para meu espanto, gostei da cerveja. Isto porque não sou grande fã de cerveja. Não tem aquele sabor ligeiramente amargo, é mais doce e mais leve. Gostei do espaço do Núcleo de Arte porque havia música ao vivo (o que parece ser habitual ao domingo à noite) e tem os artistas a trabalhar e dá para ver os quadros expostos e algumas esculturas.

 

13 Agosto 2011, Sáb.

   No sábado à tarde converti parte do que tinha comprado no mercado Janet em sopa. As cenouras eram super tenrinhas, não custavam nada a descascar. A abóbora tinha um formato diferente daquele a que estou habituada e, na altura em que comprei, até perguntei à senhora se se podia utilizar em sopa. Não sei se o que me aconteceu, acontece com todas as abóboras, mas a abóbora fez-me um peeling à mão que estava a segurá-la, enquanto descascava com a outra! Os espinafres também estavam muito frescos. O resto dos espinafres que não usei para a sopa, cozi e congelei para não se estragarem, estando prontos a usar.

Resultado da ida ao mercado Janet
 
   Um aspecto positivo daqui, dos mercados, é que os vendedores ajudam a escolher os produtos e têm-me dado produtos frescos. Não sei se será sempre assim, mas até agora tem corrido tudo bem. Por exemplo, ao comprar a papaia no mercado Janet, a senhora perguntou quando é que eu ia comer a papaia e escolheu de acordo com isso. E estava muito boa!
   Um aspecto curioso: quando estava a regressar do mercado, com os sacos nas mãos, os vendedores ao longo das ruas praticamente não falaram comigo... não sei se foi coincidência ou não, mas notei que as pessoas já não olhavam tanto... já nem me perguntaram se estava perdida e precisava de ajuda.

   Continuando em sábado à tarde, estive a lavar as minhas meias no tanque porque reparei que já só tinha um par! Já na Namíbia tive algumas aventuras com as meias! É claro que isto e lavar a loiça do almoço, não foi nada bom para as minhas unhas vermelhinhas. Acho que já preciso da Marriete de novo...!

   À noite, ajudei o Emanuel a preparar o jantar. Foi uma aventura fazer o puré de batata, porque não tínhamos passe-vite nem puré em pó. Mas o Emanuel conseguiu! O resultado final foi empadão de atum.

   Por volta das 23h, liguei para um táxi e combinei logo por telefone o preço a que ficaria a viagem e fui até ao CFM (Caminhos de Ferro de Moçambique). Há um bar lá, uma amiga da Ana fazia anos, houve um concerto de música moçambicana com 4 senhoras que tocavam, cantavam e dançavam e depois houve um DJ a passar músicas (algumas um bocado antigas, mas foi muito divertido porque a companhia era boa!).

 

Mercado Janet

13 Agosto 2011, Sáb.

   O plano que tinha sido feito para o dia de hoje era uma ida ao Kruge, mas o amigo da Ana não se sentiu bem e tivemos de adiar a viagem. Então, hoje de manhã quando acordei, agarrei no guia de Moçambique e pensei: "vamos lá ver se arranjo um plano". Comecei a ver... e encontrei uma referência ao Mercado Janet, que dizia ter um ambiente simpático e que os vendedores faziam preços justos. Pareceu-me interessante. Fui ao google earth e vi que era ir até ao fundo da Av. Mao Tse Tung, chegando mesmo até à Av. Vladimir Lenine, e o mercado estaria por ali. Então lá fui eu! Até tive companhia pelo caminho de um senhor que queria pedir dinheiro e tivemos uma conversa bastante interessante. Ele começou por dizer "Olá amiga. Não estou a pedir dinheiro. Mas, podes dar-me 20 meticais?". Como eu não lhe estava a dar muita atenção, ele perguntou-me "Falas português?" e eu respondi-lhe "Não, não falo.", ao que ele me respondeu "Can you give me twenty meticais?". Não tenho encontrado pessoas a pedir. As ruas estão cheias de vendedores que tentam sempre vender algo, mas isso faz parte e respondendo de forma simpática eles aceitam.
   Continuei a minha caminhada e vi um muro branco ao fundo com uma entrada e muita gente cá fora, mas só pessoas com ar de locais... Mas não tinha a certeza se era ali... Vinha a caminhar na minha direcção uma senhora vestida de capulana com um alguidar à cabeça.  Apesar do seu ar sério, perguntei-lhe: "O mercado "da" Janet é ali?" E a senhora fez um sorriso enorme e disse que sim. Mais tarde percebi o porquê do sorriso, porque eu pensava que o mercado se chamava "Mercado da Janet"! Afinal é "Mercado Janet". Mas assim consegui roubar-lhe um grande sorriso! :)

   Achei que ir ao mercado Janet é uma aventura maior que ir ao mercado central, porque não se vê nenhum turista! Só pessoas de cá, então sente-se mesmo o ambiente típico dum mercado daqui. Comprei tomates, cenouras, uma abóbora e uma papaia. Levei a minha máquina fotográfica pequenina, que se guarda logo no bolso e aproveitei para, depois de fazer a comprar, perguntar se podia tirar uma foto. As senhoras que estavam a vender foram muito simpáticas e depois pediram para ver e para eu lhes ir lá entregar a foto.

Mercado Janet
Mercado Jante
Mercado Janet
Mercado Janet

   Acabei por só visitar a parte dos vegetais e frutas, mas o mercado estende-se para o outro lado, cheio de alguidares, vassouras e mais uma data de objectos e produtos muito variados! O mercado tem igualmente um ar sombrio, tal como o mercado central, mas depois as bancas carregadinhas de coisas e as interacções entre os vendedores e as pessoas que vão a passar, dão um ar bastante colorido  ao mercado.

   No caminho de regresso, estava a pensar que devia ter comprado espinafres ou algo assim para também colocar na sopa... Como vão sempre surgindo vendedores de frutas e vegetais com txopelas ou mesmo no meio do passeio, passei por uma senhora que estava a vender espinafres e aproveitei logo. Calhou mesmo bem! Já descobri como é que eles conseguem manter os vegetais sempre com bom aspecto, mesmo com o calor e sol, vão salpincando de água, assim mantêm-se frescos.


12 Agosto 2011, 6ªf

   Grande notícia do dia: após 3 semanas a viver em Maputo, finalmente descobri que tenho uma padaria mesmo em frente de casa!!! Então hoje lá fui buscar pãozinho quentinho, acabadinho de fazer, logo de manhãzinha!

   Hoje apetecia-me fruta, mas assim algo especial… que não fosse maçã ou pêra que é o que tenho comido. Fui espreitar o frigorífico, mas só tinha umas maçãs verdes, das quais não sou muito fã. Então, decidi descer, ir até ao txopela que estava na esquina do prédio e comprei bananas e uma papaia grande. Que delícia, comi quase meia papaia! Aqui são óptimas!

Maravilhas de Maputo :)


9 Agosto 2011, 3ªf

   Tive a minha primeira manicure moçambicana! Feita pela Marriete. A parte mais engraçada foi a de escolher a cor. Ela perguntou-me que cor é que eu queria e eu, muito modesta, respondi: “uma cor suave, assim uma coisa ligeira…” Resposta da Marriete: “Ahahah! Não, não, tem que se notar!” A Ana também a incentivou, por isso, deixei que escolhessem… ganhei umas unhas vermelhas! Até acho que me habituei logo ao novo look das unhas.

   Fica aqui o momento da preparação do jantar:

Especiarias do Nichal
Emanuel em acção

Passeio por Maputo

6 Ag 2011, Sáb.

   Hoje foi dia de levantar cedo, apesar de ser sábado. Tive pena que o dia estivesse cinzento e um bocadinho frio. Mas gostei do passeio, em particular, da ida ao mercado municipal.
   O encontro para darmos o passeio foi no hotel Rovuma. Tive então de ir pela 24 de Julho, sempre em frente, e depois pela Av. Ho Chi Min… e sabia que, algures por ali, estava o hotel. Demorei meia hora a chegar lá, mas fiquei contente porque dei com aquilo à primeira. 
   O primeiro ponto de paragem foi a Catedral Nossa Senhora da Conceição. Quando entrei, vi uma fila de crianças e uma senhora à frente que explicava uma coreografia e eles depois repetiam enquanto cantavam. Fiquei curiosa, perguntei o que estavam a fazer e descobri que era a preparação para o baptismo. Achei muito interessante.
Catedral Nossa Senhora da Conceição

Preparação para o baptismo na Catedral Nossa Senhora da Conceição.

   Seguiu-se o Conselho Municipal, a Casa de Ferro e o Jardim Tunduru.
 

Conselho Municipal
Casa de Ferro
Jardim Tunduru
Jardim Tunduru

   No jardim havia umas árvores cheias de morcegos! E faziam imenso barulho.

As quatro orelhinhas são dos morcegos (no Jardim Tunduru).

   Não são só os morcegos que por ali habitam... Parece ser um bom local para uma sesta, a árvore tem uma caminha com o formato ideal para repousar!

No Jardim Tunduru

Zoom

   Uns txopelas passaram por nós ao longo do caminho:

Txopela
Txopela
   Depois do jardim, alguém sugeriu ir comprar bolos a uma pastelaria que havia ali ao pé. Mas os restantes não demonstraram grande interesse, por isso não conseguiu levar a sua ideia avante (mas houve quem depois comprasse pastéis de nata no mercado! Devem ter ficado a pensar nos bolos… Mas não fui eu ahah Eu comi uma tangerina – muito saudável!). Continuámos então o passeio:

Já perto do mercado municipal. Mas há pessoas a vender frutas, legumes, pão, chinelos, tudo e mais alguma coisa, ao longo das ruas.

Hora da barba!
No Mercado Municipal, na zona do peixe. Não confundir com o Mercado do Peixe, que esse é outro.
   Adorei visitar o Mercado Municipal e fiquei cheia de vontade de voltar lá para comprar frutas e vegetais e, talvez, mais alguma coisa. Adorei as ruas estreitinhas, pouco espaço para passar entre as bancas carregadinhas de vegetais, de frutas das mais variadas cores e feitios! Vi as anônas, vi papaias gigantes e amarelinhas com ar bem madurinho, vi bananas pequenas e quase rectangulares, laranjas, tangerinas, ananases, vi uns frutos grandes e redondos... A isso junta-se uma montanha de vegetais e amendoins e cajus e bancas cheias de malaguetas verdes, vermelhas, grandes, pequenas, secas, frescas,... Além das bancas, ainda penduram alguns produtos por cima em cordas. Cordas cheias de bananas pequeninas e quase rectangulares, os cachos todos em fila. Passei por bancas com sacos cheios de especiarias, das mais variadas cores - verde, castanho, amarelo, vermelho... e frascos cheios de molhos feitos com malagueta e especiarias.
   Fiquei fascinada com a quantidade de cores que surgem no meio do mercado que é meio cinzento. Olhando uma vez, parece sombrio, com muito pouca luz, mas depois só se vê colorido por todo o lado!
   As senhoras que estão atrás das bancas vão estendendo as mãos, mostrando malaguetas, uma alface, o que estiver na sua banca e vão fazendo promoção aos seus produtos para conseguirem algum freguês.
   Percorremos a zona dos vegetais até ao fim e saímos para um corredor pequeno no exterior. Aí havia bancas a vender shampoos, desodorizantes, produtos de limpeza, sumos, leite, óleo...
   Entrámos então na parte do mercado que vende peixe. Mas antes do peixe, há umas banquinhas a vender pão e bolos (até pastéis de nata). Avançando, surgem bancas com copos cheios de camarões secos pequeninos vermelhos e brancos; caixas carregadinhas de caranguejos, grandes e pequenos, cinzentos, alguns até pareciam ter lama na carapaça; peixes frescos enormes; peixe seco; ameijôas... A banca das ameijôas mereceu uma foto! Assim que as senhoras repararam que estávamos a olhar, começaram a gritar, a dizer para comprarmos, a bater com as ameijôas na bancada de cimento, até partiram umas ameijôas e estenderam a mão para mostrar o interior (até pensei se não estariam a dizer para provarmos...). Perguntei se podia tirar uma foto e a mais sorridente disse, a rir-se muito, que só em troca de refresco. Entendi e disse-lhe que tinha. Tirei então a foto e dei-lhe uma moeda e ela riu-se muito outra vez. De facto, arranjou uma boa forma de fazer negócio, basta deixar tirar a foto!

   Depois da visita ao mercado, espreitámos a Casa do Elefante e fiquei fascinada. Paredes, praticamente do chão ao tecto, cheias de capulanas, dos mais variados padrões. Imensas cores e desenhos! Tanta variedade, que nem consegui escolher nada. Decidi que ia sonhar um bocadinho com elas, reflectir sobre as diversas cores e desenhos que vi, e voltarei a passar lá um dia destes.   
   A partir daqui fomos em direcção à Estação dos Caminhos de Ferro de Moçambique.

Estação dos Caminhos de Ferro de Moçambique
À espera dos chapas à entrada da estação.
   A partir daqui fomos até ao mercado de rua onde já tinha ido com a Ana e que tem a tal senhora que faz malas com capulanas. Em seguida, visitámos a Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição. Fizemos também uma passagem pelo "Red Light District". Claro que vimos as famosas casas Luso e Copacabana (de striptease), mas só de fora. Àquela hora estava tudo fechado e não se via ninguém por ali. Mas, parece que enche à noite!!

   Almoçámos num restante ao lado do Zambi (acho que o Zambi é caro, mas disseram-me que a comida é óptima) que só faz batatas fritas, frango assado (e, supostamente, camarões, mas que não tinham) e salada. E, claro, chamuças! Mas, de frango! Foi o quarto tipo de chamuça que provei, desde que estou cá.

4 Agosto 2011, 5ªf, Maputo

   Hoje fomos almoçar à Associação Portuguesa. Tem um ar de tasca, mas depois entra-se e há uns quantos homens de fatinho a almoçar. Tem comida tipicamente portuguesa como sardinhas, dobrada à moda do Porto, sopa de tomate com ovos escalfados… Eu comi um bitoque com batatas fritas e sumo de manga!

   Quando cheguei a casa, já tinha a roupa seca. Fiquei contente porque tinha tido uma aventura com a máquina de lavar roupa na noite anterior. Não me ajeitei com o aparelho e, perto da meia-noite, decidi que talvez fosse melhor lavar tudo no tanque. Claro que assim, pendurei a roupa a pingar e inundei a varanda! Ainda meti um balde debaixo do meu casaco, que estava a pingar mais... Mas tudo terminou bem :)

   Hoje a Catija deixou bases de pizza já preparadas. Foi só fazer o molho de tomate, colocar os ingredientes e meter no forno. Enquanto estávamos a preparar as pizzas, abri o frigorífico e deparei-me com uma surpresa! Uma mousse de maracujá olhava para mim. E feita de maracujá fresco! Com este menu, o jantar estava muito bom. Além disso, aprendi que fica bem combinar beterraba de conserva com a pizza.


 

"Moçambique - Retratos da Minha Alma"

   Na 4ªf fui ver a exposição de fotografia "Moçambique - Retratos da Minha Alma", na Galeria do Instituto Camões em Maputo, na qual participaram os fotógrafos: Ana Roque de Oliveira, Glória dos Santos, Joachim van Staden, José Sá Pereira (amigo da Ana) e Tjaart van Staden.
   Adorei as fotografias! Aqui ficam algumas:

Fotografia de José Sá Pereira

Fotografia de Ana Roque de Oliveira
Fotografia de José Sá Pereira (gosto, particularmente, do cartaz lá atrás!)
Fotografias de Tjaart van Staden
Fotografias de vários fotografos
Fotografia de Joachim van Staden (o flash a mais foi resultado da minha máquina)




 

3 Agosto 2011, 4ªf

   Ontem tive um bocadinho de preguiça e não actualizei o meu diário de bordo (mas pus a conversa em dia pelo skype e msn). Relativamente a ontem, almocei no Centro Franco-Moçambicano (onde se fazem muitos concertos). Almoçámos ao ar livre no jardim, muito agradável (a lasanha e o sumo de banana estavam bons).







   Hoje, ao final da tarde, fui ver uma exposição de fotografia: “Moçambique – Retratos da Minha Alma” :) De entre os fotógrafos que compunham esta exposição estava um amigo da Ana, o José Sá Pereira, que já tinha conhecido quando almoçámos no Clube Naval. Adorei ver fotos de Moçambique, os retratos, e fiquei cheia de vontade de dar uma volta pelo país inteiro!

 

1 Agosto 2011, 2ªf, Maputo

   Hoje fui à Matola por motivos de estágio. É necessário passar a portagem para chegar lá. É uma zona onde vive muita gente (por ser mais barata), mas que trabalha em Maputo. A estrada que fizemos foi a que vai para Nelspruit na África do Sul. Além disso, é muito industrial, há muitas empresas lá. Mas tem um centro comercial, o Shoprite.
   Hoje foi o Emanuel que fez o jantar. Eu ofereci-me para ajudar, mas ele fez questão de ser ele a cozinhar acompanhado de um copo de vinho e música. Foi atum com tomate (e malagueta) e massa.

    Aqui vai um pouco de Polana Cimento vista de cima, da nova casa:


  
   A marginal, a caminho do trabalho:




2º Fim-de-semana em Maputo

29, 30 e 31 Julho 2011
 
   Na 6ªf à noite, jantei um prato indiano feito pela Catija. Era uma sopa com ervilhas, cenoura e outros legumes, mas triturados, e especiarias. Como tempero tinha também umas folhas que pareciam folhas de louro mas pequeninas. Então, mete-se no fundo do prato uma espécie de pão fininho, feito apenas de farinha branca e água, que está cortado em triângulos ou círculos. Depois mete-se a sopa por cima.

    Depois de jantar, fomos ao Dolce Vita (que não é o centro comercial na Amadora... é um bar) e, mais tarde, experimentámos ir a uma festa – “Jungle Party” - que ia haver no Museu de História Natural. Ao início não estava muita gente, mas foi começando a encher e valeu a pena. Quando saímos de lá, por volta das 5.30, apercebemo-nos que a música até se ouvia em casa!

    No sábado à tarde conheci a Costa do Sol. Ao longo do mar, há uma data de restaurantes e bares. Acabámos por ir a um deles à noite, chamado Cena Louca.
   A meio do passeio, parámos para beber cana de açúcar com limão e gengibre. À beira da estrada, estão uns homens a espremer cana de açúcar. Depois dá para adicionar limão e gengibre ao líquido que sai da cana. De facto, aconselho a que se beba assim, porque é uma bebida muito doce e o limão e o gengibre ajudam a suavizar. Geladinha, é muito agradável! Confesso que ao início fiquei um pouco desconfiada relativamente à quantidade de micróbios que poderiam estar ali, principalmente porque puseram gelo na bebida… No entanto, pensei – vim com uma farmácia enorme por isso, olha, vou arriscar! - Claro que, o Nichal já conhecia aquilo e disse que não iria haver problema. Valeu a pena! Agora falta experimentar os cocos grandes que também vendem assim à beira da estrada.

   À tarde, conheci também a zona onde há umas super casas, riquíssimas, cheias de segurança e vigilância e com uma vista fantástica para o mar! Nessa zona, há um jardim, chamado Jardim dos Namorados, e há um café mesmo em frente ao mar.

   Sábado à noite houve festa de aniversário com jantar e saída. Jantámos no Escorpião, um restaurante logo à entrada da Feira Popular.
    A Feira tem uns carrinhos de choque, uma roda (mas que não é lá muito gigante) e outro aparelho que tem uns aviões que vão rondando e levantando. Tem também umas quantas tascas e, pelo que me disseram, é bom para comer comida moçambicana. Além disto, tem uma discoteca para dançar kizomba, chamada Face to Face, à qual também fomos nessa noite. Calhou não estarem só a passar músicas para dançar kizomba e também passaram músicas “normais” de discoteca.

    Por volta das 6h tomámos o pequeno-almoço numa pastelaria que já estava aberta. Comemos um croissant com queijo prensado e um pastel de nata!

    Como acabámos por chegar a casa por volta das 7h da manhã, domingo à tarde foi calmo. Fui almoçar com o Nichal e o pai dele ao restaurante indiano Galaxy e provei uns pratos indianos vegetarianos:
Massala Dosai
Caril de soja (o prato amarelo) e uma mistura de legumes (o prato vermelho).

   É um óptimo restaurante e aconselho!

   Domingo à tarde, dormi mais um bocadinho e depois fiz sopa de legumes. Foi a minha estreia na cozinha da casa nova.


 

29 Julho 2011, 6ªf, Maputo

   Hoje está bastante sol! Mas à sombra é necessário andar de casaco e lenço. Gosto mais do tempo assim do que cinzento.

   Meio da manhã: muffin de banana! Feito pela Teresa.


Palavras de Moçambique - Changana

Algumas palavras que já aprendi - em changana:

Maningue = muito

Bacela = oferta (para pedir extra sem pagar, tipo oferta)

Txova = carrinho de mão grande

Txopela = carrinho de 2 lugares

Maxibombo = autocarro

Kanimanbo = obrigado


Gosto particularmente desta expressão: “Tá nice” - para dizer que está tudo fixe, tudo bem :)


Dia 7 – 28 Julho, 5ªf, Maputo

   Hoje foi a minha primeira manhã na casa nova. Enquanto esperava pela Ana, provei chá indiano com leite e especiarias. Era doce e ligeiramente picante. Gostei muito! Além disso, explicaram-me que dá bem-estar e evita as dores de cabeça.

    Entretanto, parece que o tempo está a melhorar. Hoje já esteve mais sol e mais quentinho, já não esteve cinzento.

   O almoço foi feijoada de marisco no Clube Naval. Para entrada pedimos amêijoas. Estava muito bom! Mas depois deste almoço tive de beber um cafezinho para despertar. Já consegui mais um pacote de açúcar de Moçambique para a Loisa. Anda complicado encontrar pacotes de Moçambique porque a maior parte é Delta, tal como em Portugal.

   Tenho reparado que por volta das 15 – 15.30 o sol começa a baixar. Às 17.30 já é de noite.

   Falando outra vez de gastronomia, ao jantar provei chamuças de queijo e milho e batatas fritas com casca. Mas também comi sopinha de cenoura!
   Por falar em cascas de batata, disseram-me que no Mundo’s há uma entrada que é cascas de batatas panadas e fritas. Aí está uma ideia inteligente para aproveitar tudo da batata e parece que é muito bom. Ah, e deve levar sal e um bocadinho de picante.

 

Dia 6 – Quarto novo

   Já estou no meu novo quarto, na casa onde vou ficar até Setembro. A parte curiosa é que já tinha conhecido uma das pessoas que está num dos quartos e também já conhecia a rapariga que saiu do quarto onde estou. Parece que toda a malta mora aqui à volta!

   É bom meter tudo dentro do armário, em vez de estar à procura das coisas na confusão do interior da mala.

Dia 6 – Manhã fresquinha

27 de Julho, 4ªf, Maputo

   Hoje continua fresco, mas parece melhor que ontem. De qualquer modo, antes de sair de casa peguei num casaco mais forte, além do outro que vesti. Usei também um lenço maior e mais forte, que dá para enrolar bem no pescoço e nas costas.

   No voo a caminho de Maputo, a LAM deu um estojo com uma escova de dentes pequena, pasta de dentes e umas meias quentinhas. Por acaso viajo sempre com a minha escova de dentes e com uma pasta, mas já que me ofereceram fiz questão de usá-las na viagem em vez das minhas. As meias também souberam bem, usei-as por cima das minhas e fiquei com os pés quentinhos. Isto tudo para dizer que, como ontem a noite esteve mais fresca, lembrei-me de calçar as meias que deram no avião e adormeci logo.

   Polana Cimento de manhã:



 

 

Dia 5 – Xiguinha e boa fruta

26 de Julho, 3ªf, Maputo

    Hoje esteve um bocadinho frio. Enrolei logo o lenço à volta do pescoço e não dá para dispensar o casaco. Está um bocado cinzento… Espero que fique mais sol e quentinho!

    Hoje comprei a minha primeira fruta em Moçambique! E qual foi a fruta? Maçãs! Bem, bem sei que há maçãs por todo o lado… Mas estas têm um sabor óptimo! 
    Também já provei papaia daqui e, da mesma forma, tinha um óptimo sabor.
    Estou desejosa de provar todas as frutas que por aqui há. Em particular, a anona. Falaram-me muito bem dela e nunca provei.

   Hoje ao jantar, provei uma especialidade de Moçambique – Xiguinha. É feito com uma pasta de amendoim, levando amendoins inteiros e milho (eu encontrei milho amarelo e milho branco ou então era feijão). Gostei muito!



Dia 4 – 25 Julho 2011, 2ªf, Maputo

   Hoje, por volta das 8h da manhã, saímos de casa. Tomámos o pequeno-almoço num café. Comi uma torrada e um galão. Muito português! Há uns quantos cafés de estilo café português por Maputo. As pessoas que viveram em Portugal sentiam muito a falta duma bica pela manhã. Parece que aqui se vendia muito aquele café de diluir, ou café da África do Sul, mas que por ter um sabor muito forte a terra (segundo me disseram) não é bom para fazer bicas.

   O tempo está a ficar melhor. Está mais sol e está mais quentinho, no entanto, tenho de andar com um casaco durante o dia. À noite é que fica mais fresco, mas com um lenço no pescoço e um casaco anda-se bem.

  Hoje tive a oportunidade de provar, pela primeira vez, o café do Sr. Lourenço. Ele faz uns cafezinhos à mão, batendo bem o café em pó com o açúcar, que ficam com uma espuma super cremosa e sabem muito bem a meio da manhã e da tarde! Além disso, é super doce! Parece uma sobremesa quase (é um shot de açúcar!).

Café do Sr. Lourenço

Café do Sr. Lourenço

  Almoçámos no Mundo’s com a Cláudia, uma amiga da Ana, que chegou ontem e andou a fazer a volta a Moçambique. Adorei ouvir as histórias.
Mundo's
O que almocei no Mundo's - este prato tinha um nome que eu não sabia o que significava, por isso perguntei o que era ao empregado e ele disse que era pão pita... Pensava então que ia almoçar pita com galinha... afinal veio este pão mais grosso...
   Por volta das 17.30 já estava a escurecer. Agora são quase 19h e já está mesmo escuro.
   Como não há luz nas escadas do prédio, tive alguma dificuldade em abrir a porta. Como o elevador (que tem estado a funcionar, apesar de haver dois períodos durante a manhã em que não funciona) fica de porta aberta até alguém o voltar a chamar e tem luz, tive de voltar até ao pé dele para conseguir usar a luz para encontrar o meu telemóvel, para depois usar a luz do telemóvel para conseguir ver a fechadura da porta. No entanto, a saga da fechadura não ficou por aqui. Nos andares, antes da porta normal de madeira, há uma porta metálica (tipo portão), ou seja, há duas portas. Como tenho uma aptidão natural para não conseguir abrir as portas com as chaves, não consegui abrir a porta tipo portão! Lá tive de subir até à vizinha de cima da Ana, tocar à campainha, e perguntar-lhe se me podia ajudar a abrir a porta!

    Ao jantar comi uma massa com cogumelos, tomate, sementes de sésamo e courgettes bebés! Acho-as tão engraçadas…
Courgette bebé