Dia 3 - 24 Julho, Domg, Maputo

   Hoje o almoço foi sushi. Feito em casa! Não consegui ver a preparação do arroz, mas consegui ver a “montagem”. O peixe era fresco da África do Sul – atum e salmão. Não fazia ideia que a base daquele creme branco que se mete no sushi é queijo para barrar (mas com sabor muito suave), misturado com mais uns temperos acho eu!
Sushi - fase 1

Sushi - montagem

Sushi!

   Também houve muffins de chocolate.

Muffins de chocolate

   Ao final do dia mudei de quarto, mas ainda não foi para a casa onde vou ficar o resto do tempo.





Dia 2 - Chilli, beringela e News Café

   Depois de jantar acabei por provar um outro jantar a que fui! Era chilli e um prato de beringela com caril… Estava muito bom! Não resisti a provar.
 
   Mais tarde, fomos ao News Café ao pé do casino e bebi uma Pinacolada.

Dia 2 - 23 Julho, Sáb, Maputo

17h42

   Hoje acordei perto das 11h e sentia que me apetecia dormir mais, mas também me apetecia levantar! 

Em Polana Cimento, Maputo.
   Depois de me arranjar, vim actualizar o blog. Entretanto a Ana ligou e perguntou-me se queria ir ao mercado com ela porque ia lá falar com a tal senhora que faz coisas com as capulanas. Disse logo que sim.
   Fomos então a um mercado de rua, mas a Ana aconselhou-me, no caso de querer comprar artesanato, a ir a um mercado onde os artesãos vendem directamente, porque ali são outros que estão a vender. Vi coisas giríssimas! Já tenho isso agendado, juntando à loja das capulanas.

   Mais tarde, fomos ao Cristal e ficámos na esplanada, à espera do Palminhas que estava lá a almoçar, para depois irmos ao supermercado. Parece que ali há um dos melhores pudins de ovos! Não cheguei a provar, mas fiquei com curiosidade.
   O supermercado, que é relativamente novo, parece ter tudo e está muito organizado. Os nomes de todos os produtos estão em inglês. Provavelmente vem muita coisa da África do Sul. Encontrei vegetais que normalmente não encontro em Portugal. Vi courgettes bebés, cenouras bebés, courgettes amarelas (que são bem mais pequenas e achatas, de tal maneira que nem acreditei que eram courgettes) e aboborinhas (que já comi recheadas na Namíbia).

Corgettes bebés

   À saída do supermercado analisam o talão das compras e vêem se bate certo com o que foi comprado.

Dia 1 - Maputo

23 de Julho de 2011, 12h 00, Sábado

   Estou neste momento em casa da Ana, fiquei cá a noite passada e ficarei esta também. Ontem já fui ver uma casa onde poderia ficar, mas hoje vou ver a casa das pessoas com quem já tinha falado quando ainda estava em Portugal.
   Vou agora falar do meu primeiro contacto com Maputo, das impressões do dia de chegada:

- Xapas – pickups ou carrinhas abertas atrás, carregadinhas de pessoas! Não é a forma mais segura de viajar, e até esteve proibida, mas agora já é novamente possível usar este transporte. Parece que para se conduzir um xapa é preciso tirar uma licença de xapeiro.

   Também há a versão do xapa fechado tipo uma carrinha pequena.

- Vendedores, por todo o lado, que empurram uns carrinhos de mão grandes (chamados txovas). Vendem muita fruta desta maneira. Vêem-se carrinhos carregados de grandes papaias, bananas, laranjas, meloas, melões, maçãs, ananases… A fruta aqui tem óptimo aspecto.

   Por falar em fruta, enquanto estávamos paradas num semáforo vermelho havia uns homens a vender laranjas e parece que são muito boas.

   Por todo o lado há pessoas a vender o que quer que seja. Fico com a ideia que, em Moçambique, tudo é oportunidade de negócio! Ontem à noite estivemos na esplanada do Piripiri e iam passando rapazinhos a vender castanhas (vulgo, cajus – como aqui só têm a “castanha do caju”, apenas chamam caju ) e amendoins (tenho a dizer que os amendoins são deliciosos! São torrados apenas em areia!). Iam também passando homens a vender cigarros, batatas fritas, pinturas, estátuas, telemóveis, DVDs, extensões... Tudo serve para ser vendido!

- Já sei onde há uma boa loja de capulanas! Chama-se a Casa do Elefante. Parece que tem capulanas com todos os padrões possíveis e imaginários e são praticamente todas de Moçambique! Além disso, nessa casa o preço já se encontra marcado, não sendo necessário regatear (acho que é um dos poucos sítios onde isto acontece). Parece que o preço é dado em função do número de capulanas, porque o tamanho é todo o mesmo. Estou desejosa de ir lá!

   Falaram-me também duma senhora que faz tudo e mais alguma coisa (malas, malinhas, malões, sacos de compras, bolsas, bolsinhas, fitas para o cabelo, colares…) com o tecido das capulanas.

- A condução! Se eu às vezes refilava da condução em Lisboa, a partir de agora considero que a condução em Portugal é muito certinha! Aqui conduzem do lado direito, tal como na África do Sul. No entanto, aqui os conceitos de divisão de faixas, piscas, passadeira e não atravessar a estrada quando estão carros a circular, não existem. Uma estrada com três faixas pode passar a ter quatro faixas à vontade. Andar no meio de duas faixas também é uma possibilidade. Em relação ao pisca, penso que ainda só vi dois carros a usá-lo (é suficiente mudar de faixa rapidamente, em vez de usar pisca). Nenhum carro pára nas passadeiras. As pessoas atravessam em qualquer lado. Atravessar uma rotunda a pé também é comum. Ou seja, regra de ouro: olhar para os dois lados da estrada ao atravessar e tudo corre bem.

- O ambiente é agradável. Eu ainda praticamente não conheço ninguém cá, mas ontem conheci uns quantos portugueses, só duma vez, enquanto estávamos na esplanada do Piripiri.

- Chamuças de camarão! Que delícia! :)

   Ontem à tarde fiquei a descansar em casa, porque depois de ter chegado fui conhecer a empresa e estive a ler o contracto e a aprender como algumas coisas se processam.
   Depois fomos ao Piripiri, sentámo-nos na esplanada e comemos chamuças de camarão e amendoins comprados a um rapazinho que passou por ali a vender. 
   Ficámos por ali, foi chegando mais gente e depois jantámos um prego no prato. Estava bom, mas depois daquele prego com batatas fritas, ovo e molho, pensei que tinha de ir fazer jogging! Ahah E depois ficou-se na conversa.


Dia 1 - Chegada a Maputo

22 de Julho 2011

Saudações moçambicanas!

   O voo correu bem. Dei uns quantos passeios dentro do avião e consegui esticar ligeiramente as pernas ao estar sentada, porque o lugar ao lado do meu estava livre.
   Tendo em conta a minha anterior experiência no aeroporto de Luanda, estava com algum receio que levantassem problemas com o visto. Na realidade, não havia nenhuma razão para suscitar dúvidas em relação a me deixarem entrar ou não, porque eu tinha tudo em ordem. No entanto, pelo sim pelo não, decidi colocar um sorriso na cara, avancei, mostrei o meu passaporte e, em menos de um minuto, passei a fronteira!
   Passo seguinte: “Será que a mala chega?”, “Vai chegar, claro que sim.”, “Em último lugar de certeza…” (de facto, chegou lá para o fim).
   Enquanto o passageiro espera pela mala – no meu caso, uma mala verde alface (tendo verificado que existem mais malas verde alface, ao contrário do que eu pensava) – é lhe oferecido um lindo espectáculo de malas a caírem constantemente da linha onde vão passando. E para tornar o show ainda mais divertido…! Eis que surge um homem, por detrás das fitas que tapam a entrada das malas, a vir no tapete rolante! Com a função de sair do tapete e ir apanhar as malas que iam ficando pelo chão e voltar a colocá-las na linha. E depois, fez uma saída triunfante, indo contra o sentido em que o tapete rolante circula, desaparecendo por detrás das fitas!
   Numa das suas entradas em cena, ele topou que eu tinha avistado a minha mala e perguntou-me qual era. Lá lhe indiquei e ele foi buscá-la ao outro lado do tapete. Agradeci e avancei para o passo seguinte (apesar de na altura não ter percebido o porquê de ele ter tido aquela atitude…).
   Após esta etapa, pelo que tinha visto assim de relance, já só faltava passar com as malas num detector de metais (pensei eu) que tinham colocado à saída e estaria livre!
   Olho com mais atenção… e vejo, junto ao pseudo “detector de metais”, cartazes da inspecção veterinária a dizer que qualquer produto de origem animal teria de ser declarado. Nesse momento, vi o meu rico chouriço e o meu queijinho de Azeitão a andarem para trás!! Agora é que era! Lá iam à vida! Não ia conseguir ficar com eles e lá se iam as minhas prendas (sim, eram prendas; não é hábito meu viajar com um chouriço e um queijo para matar a fome caso esta aperte… nesse caso, também seria necessário trazer uma pinguinha e um naco de pão para acompanhar)!
   Enquanto pensava como me iria safar desta, aparece o funcionário que estava a ajudar as pessoas a meterem as malas no detector e pega na minha mala. Passando à frente das outras pessoas, meteu no detector, foi buscá-la ao outro lado e disse para o seguir. Ele fez aquilo tão rápido que eu até comecei a pensar que se calhar eu tinha dado a entender que tinha algo na mala e ele queria revistar. Segui-o rapidamente e assim que reparei já estava na zona de saída do aeroporto.
    No final, ele queria dinheiro por ter feito aquilo (tal como o outro também devia querer por me ter ido buscar a mala ao outro lado do tapete)! Acabou por não levar nada porque quem me foi buscar, que já vive cá há dois anos e meio, sabe bem como lidar com estas situações. No entanto, ainda bem que o funcionário se lembrou deste golpe, caso contrário, lá iam o chouricinho e o queijinho à vida.

No boing - 22h 20


Estou, neste momento, dentro do avião! É a primeira vez que trago o portátil comigo durante o voo, daí o meu entusiasmo por poder estar a utilizá-lo. De qualquer das formas, perguntei ao hospedeiro se podia ligá-lo. Acho isto fantástico assim!

Não sei muito bem a que nível da viagem é que vou, porque agora está a dar um filme em vez do mapa com o trajecto feito até ao momento.

O avião levantou uma hora depois do previsto segundo ordens da torre de controlo (de acordo com o percebi deveu-se ao facto de haver muito tráfego entre Portugal e Espanha).

Para passar o tempo comecei a ler a revista do avião. Li a história de dois britânicos que fizeram a travessia de todo o rio Zambeze. A meio da viagem, uma das canoas levou uma dentadinha e foi aí que perceberam que, de facto, ali existem corcodilos. Ao longo da sua viagem tiveram de se desviar de hipopótamos, mais crocodilos, mais hipopótamos, foram atacados por um bicho grande que quase virou uma das canoas (mas que não chegaram a perceber o que seria, talvez outro crocodilo?),… E foram passando as noites em tendas ou nalgumas povoações. Grande aventura! 

 Como tenho uma viagem de 10 horas e meia para fazer, agora já faltando menos, tenho estado a tentar entreter-me com tudo o que seja possível. Também já li outra revista que estava aqui sobre São Tomé e Príncipe; já vi um filme; vi um episódio da Glee, apesar de não ser grande fã e de sentir um certo aborrecimento de vez em quando… Por isso decidi vir actualizar o meu diário de bordo!

Porta 41 - Destino Moçambique

São 17h do dia 21 de Julho de 2011 e encontro-me na porta 41. No Verão passado, uma outra porta (a 46), conduziu-me até à Namíbia fazendo escala em Luanda. Desta vez, o meu destino é Maputo, antigamente conhecida por Lourenço Marques.

Na realidade a viagem não está a começar agora; acho que começou há uns dias atrás com os preparativos. Mas agora já parece que vai mesmo acontecer!

Apesar de ter tido de pagar excesso de bagagem de dois quilos, acho que está tudo a correr dentro dos conformes. Eu bem tentei não levar peso a mais, mas foi impossível. Hoje de manhã ainda estive a tirar umas coisas. Lá tirei os meus All Star vermelhos, apesar de gostar muito deles e de querer trazê-los… mas arranjei coragem para voltar a vê-los daqui a dois meses! Tirei também alguma roupa… mas não dava parar tirar mais.

Tirando o pormenor de bagagem um bocadinho a mais, correu tudo bem ao passar o controlo e não foi necessário “subornar” os seguranças com as queijadas que levo na mochila.

Vou agora para a fila de embarque.