2ªf, 29 Ag. 2011

Sáb., 27 Ag. 2011
Em Vilanculos - Bazaruto - era uma vez um barco a motor - Vilanculos

Depois do pequeno-almoço, fomos ao Dolphin Dhow para averiguar a possibilidade de um passeio até Bazaruto. Conhecemos um casal de americanos que também estava interessado nessa viagem e lá conseguimos negociar uma ida a Bazaruto com passagem pelo Two-Mile Reef para fazer snorkeling.
A caminho do recife, fizemos uma paragem em Benguera. Penso que os americanos ainda não lá tinham estado.
Entretanto, um dos guias veio ter comigo e pediu-me para lhe dar 500 meticais porque tinha de comprar peixe. Bem, eu acho que por uns momentos limitei-me a olhar para ele e não fui capaz de dizer nada. Por esta é que eu não esperava! Lá lhe disse que se calhar não tinha tanto... mas acabei por lhe dar a nota. Ele estava ali connosco, no meio de ilhas, não tinha para onde ir... não nos podia abandonar (esperava eu)... se calhar não lhe tinham dado dinheiro suficiente para o nosso almoço... sim, ainda pensei que podia ser o nosso almoço que estaria em questão ou que tinha visto peixe jeitoso para o almoço...

Continuámos a viagem, novamente no barquinho azul com motor, e fomos até ao recife. Vi imensos peixes de várias formas e feitios, corais de várias cores, algas, rochas, os sortudos dos americanos até viram uma tartaruga, e tirei uma foto com os óculos e o respiradouro colocados e a fazer um fixe com o dedo! Já vi fotos assim algures.
Foi bonito sim, mas eu comecei a ficar com frio logo após ter mergulhado. Por isso, acabei por ir para o barco. Subi ao mesmo tempo que a rapariga do Texas e a probabilidade de termos trocado as nossas máquinas fotográficas descartáveis iguais é bastante elevada! Quando chegar a Portugal e revelar o rolo, logo vejo se nas fotos aparece uma rapariga de traços orientais ou se é o meu "fixe".

Seguimos para Bazaruto, mas ficámos de um lado da ilha onde apenas se vê uma grande duna. Entretanto, tive de ficar ao sol (se bem que, não havia uma única sombra) para secar a T-shirt porque decidi mergulhar de T-shirt.
Tendo em conta o que vi de Bazaruto (apenas a grande duna), penso que o mais interessante para mim foi o  que o guia disse: dentro da ilha existem lagoas com crocodilos! E como é que eles foram lá parar? Será que ficaram lá presos quando a ilha se formou? Será que, em tempos idos, um ou outro foi lá parar e começou a constituir família?

Bazaruto
O segundo guia foi preparando o almoço e, após almoçar, decidi ir dar uma volta junto ao barco. Reparo que todo o peixe que o guia comprou ainda lá está. Bem, afinal não era para nós... Pois!

Entretanto, tinha começado a levantar-se vento e a intensidade estava a aumentar. Às 14h já havia muito vento e já eu pensava que se calhar era bom dar à soleta antes que piorasse... Passado uma hora, o guia anunciou que tínhamos de ir andando porque o vento ia aumentar. Os americanos ainda queriam ficar mais tempo afirmando que tínhamos pago a viagem até ao final da tarde. E eu pensava: "O quê? Mas será que não vêem que está muito vento? Que se estão a formar ondas e que o nosso barquinho de madeira "de certeza" que é super estável?". Confrontado com tais factos, o guia disse que ainda podíamos fazer uma paragem de um outro lado de Benguera.

O prometido é devido, logo parámos em Benguera e os americanos foram banhar-se no mar todos satisfeitos apesar da ventania que estava. Entretive-me a ver búzios que estavam a ser arrastados pelas ondas para a margem.
Passado um pouco, os guias começam a chamar por nós dizendo que temos mesmo de ir. Já eu, os guias e a rapariga do Texas estávamos a postos, e os americanos passeiam-se calmamente ao longo da praia sem pressas para chegar ao barco.

Lá fomos nós, rumo a Vilanculos, e o barquinho a enfrentar as ondas que iam aumentando à medida que nos afastávamos da ilha. Enquanto que um dos guias controlava o motor, o outro ia tirando taças de água de dentro do barco. E nós, os passageiros, agarrados ao barco e já completamente encharcados pelas ondas. Fomos andando, andando, no sobe e desce das ondas e, por cada sobe e desce, levávamos com um banhinho de água salgada.
Entretanto, o barco começa a andar mais devagar, o motor apresenta sinais de fraqueza, e paramos... Enquanto, balançávamos nas ondas, o guia foi puxando pelo motor e aquilo lá pegou!
Retomámos viagem, os banhos de água salgada, e fomos andando sempre com Vilanculos à nossa frente.
O motor soluça e paramos novamente! Os guias bem puxam por ele e nada! Entretanto, o outro guia retoma a sua tarefa de ir retirando a água do interior do barco. Como estava vento e tínhamos as roupas molhadas (eu tiritava de frio), os americanos sugeriram ficarmos só em fato-de-banho. De facto ajudou, ter as roupas molhadas em cima da pele e com vento é que não é nada bom.
Entretanto, olhamos para o guia responsável pelo motor e reparamos que este banhava algumas peças pequenas, como parafusos, nas águas agitadas. O motor já se encontrava separado em várias partes!
Achamos que é capaz de não ser boa ideia ele fazer isso, pois caso perdesse uma peça não havia forma de achá-la. Olhamos à nossa volta e vimos que estamos mesmo entre a margem segura de Vilanculos e uma ilha. O problema, é que a distância ainda era muito grande para ir a nado. Perante esta situação, a nossa reacção foi, surpreendentemente, começar a rir!
Após cerca de 20 minutos parados no meio do mar, o motor dá sinais de vida e o saldo das peças é positivo! Tudo a postos, o guia anuncia que vamos retomar viagem, mas que vamos sempre em frente e depois, junto à margem, é que contornamos Vilanculos. Pareceu-me boa ideia. Assim se o barco se virasse, já podia ir a nado!
Acabou por ser mais exigente, do ponto de vista físico, dar a volta a Vilanculos perto da margem porque estávamos perto da zona de rebentação das ondas e o barco ia, literalmente, aos saltinhos. Mas, já não me importei muito. Não estar parada no meio do mar sem saber se o barco ia pegar, era uma sensação agradável!

Finalmente, chegámos ao local de paragem! Tivemos de sair com a água a dar-nos pelos joelhos. Saiu a rapariga do Texas, depois eu e a outra americana, que decidiu passar-nos as nossas malas, que tinham ficado guardadas numa caixa para não apanharem água. Estavam sequinhas.
Eu juro que tive a sensação de que algo não ia correr bem, mas fui incapaz de reagir. Não sei porquê. Terá sido cansaço? Fiquei a olhar e a pensar que algo se ia passar. Só vejo a americana desequilibrar-se, cair, e as nossas malas em risco de se afundarem. A rapariga do Texas ainda conseguiu agarrar numa parte da sua mala. Metade da minha mala já estava dentro de água. Eu, feita madre Teresa de Calcutá, só me lembrei de segurar no braço da americana para a ajudar a sair da água. A rapariga do Texas ainda salvou a minha mala, embora já estivesse toda molhada!
Resultado: o meu telemóvel perdeu o som e as duas máquinas fotográficas foram à vida (mantenho a esperança de que os cartões de memória se tenham salvo)! Perder aparelhos causa prejuízo na conta bancária; perder fotos causa-me um prejuízo enorme no coração.

Felizmente, ainda me lembrei de pedir os 500 meticais ao guia. Tinha as roupas todas molhadas e estava cheia de frio, mas não saí dali enquanto não me deu o dinheiro e, ainda bem que o contei, porque faltavam 100 meticais.

No meio da pacatez de Vilanculos, regressámos ao backpackers, eu e a rapariga do Texas, a tiritar de frio, desejosas para contar a nossa empolgante aventura para que alguém nos desse apoio moral, que calha sempre bem nestas situações.


Aqui fica uma foto em homenagem ao "nosso" barquinho, no qual percorremos as belas águas (quando o mar está calmo) de Vilanculos e Bazaruto. Graças a ele conseguimos desfrutar de 20 minutos de banhos forçados de água salgada no meio de um mar agitado. Foto tirada em Bazaruto, antes de o vento se levantar.

2ªf, 29 Ag. 2011

Após um inchaço descomunal da minha perna direita e de uma viagem de 12h num machibombo rodeada de malas, sacos de viagem e mandiocas, encontro-me finalmente em Maputo. Desde as 15h de ontem que tenho estado deitada com as pernas completamente elevadas e sempre a pôr gelo. Hoje já estou melhor e se passar o resto do dia assim, penso que amanhã já posso regressar ao trabalho.
Estou na dúvida se isto terá sido uma reacção alérgica ao marisco, porque houve muito caranguejo cozido nestes últimos dias, ou se foi devido à viagem de chapa até Vilanculos durante a qual fui com as pernas junto ao motor (ou outra parte qualquer da mecânica do veículo) que estava a aquecer muito, seguida de um escaldão e de uma viagem de 12h sempre sentada, com as pernas em cima de mandiocas e sem espaço para me mexer! Inclino-me mais para a segunda hipótese, até porque nunca fiz alergia ao marisco.

Encontro-me neste momento com as pernas para cima apoiadas na parede e, em cada uma, enrolei um pano congelado (são mesmo dois panos congelados - primeiro molhei-os e depois coloquei-os no congelador; têm o mesmo efeito do gelo e adaptam-se mais facilmente às pernas). Vou então aproveitar para actualizar o meu diário de bordo, já que não tenho feito mais nada senão dormir. Não tenho televisão no quarto e, mesmo que tivesse, teria de ver a imagem ao contrário, isto é, de pernas para o ar tal como eu estou agora! 


6ªf, 26 Ag. 2011

Ao final do dia, comecei a notar que tinha as pernas ligeiramente inchadas... Talvez seja por causa de um ligeiro escaldão que apanhei hoje. Espero que amanhã já esteja melhor.

Após uns momentos de repouso para ver se a situação das pernas acalmava, seguiu-se um jantar de matapa de caranguejo com xima feito no backpackers (mas não por mim). E estava bem bom!


Vilanculos, hoje de manhã na maré baixa.


6ªf, 26 Ag. 2011

Benguera e Magaruque

Ontem no backpackers conhecemos um casal de italianos e combinámos ir ver algumas ilhas do arquipélago de Bazaruto no dia seguinte. Claro que, primeiro, teríamos de negociar o preço. 
De manhã, após duas torradas e um sumo de laranja (o meu pequeno-almoço) e duas torradas com feijão e ovos mexidos (o pequeno-almoço da rapariga do Texas), fomos com os italianos ao Dolphin Dhow que realiza viagens às ilhas.


Ficou então combinado irmos primeiro a Benguera e depois a Magaruque onde faríamos snorkeling e almoçaríamos  (almoço incluído).
Lá fomos nós num barquinho azul de madeira com motor até Benguera. Chegámos na altura em que os pescadores estavam a tirar as redes com peixe da água.

Benguera




Fomos também de barco até ao outro lado de Benguera e vi uma praia daquelas que na minha cabeça só existiam graças ao Photoshop. Mas, não! Era mesmo realidade e estas praias existem mesmo! A areia era branca e muito fina e a água calma e muito azul. Um mar assim estava mesmo a pedir um banho e, com tanta beleza, nem me importei que a água estivesse fria (claro que em Portugal tomo banhos em águas muito mais frias e não me queixo nada, nesses dias até digo: "A água hoje está boa!").

O outro lado da ilha Benguera.
Penso que Magaruque é um bom local para snorkeling, porque há uma fileira de rochas junto à ilha onde os peixes ficam presos de manhã quando a maré baixa e, assim, é possível ver uma boa parte da fauna que por ali nada. No entanto, como chegámos a Magaruque ao final da manhã, já a maré tinha começado a subir e parte dos peixinhos já tinha ido à sua vida do lado de lá das rochas. Mas isto não me impediu de calçar as barbatanas, pôr os óculos e mergulhar, na esperança de ver algum espécimen interessante. Acabei por apenas ver peixes cinzentos.
O almoço feito pelos nossos "guias" estava bom. Havia caldeirada de peixe e caranguejos cozidos.
Entretanto, por volta das 15h começou a levantar-se um vento e, passado talvez 1h, regressámos a Vilanculos.

Até Vilanculos

5ªf, 25 Ag. 2011

Ontem confirmei que o barco que vai para Maxixe começa a funcionar a partir das 5.30, sendo o último às 21h. Senti um alívio porque estava a custar-me pensar que ia ter de me levantar cedíssimo, ainda de noite, para conseguir apanhar o barco para Maxixe. Isto porque, no meu guia vem referido que o barco parte por volta das 5.30-6.00. No entanto, isto é relativo aos dhows - as embarcações típicas. Mas, depois da experiência de ontem no barco, acho que prefiro algo mais compacto para não sentir tanto as ondas.
Levantei-me às 6h, arranjei-me nas calmas e fui tomar o pequeno-almoço. Servindo-me da desculpa de que ia ter uma longa viagem pela frente, decidi experimentar os crepes que servem no Fátima's. Já tinha visto muita gente a pedi-los e eles já me tinham piscado o olho. Pedi um de banana e estava muito bom. 

Crepes de banana no Fátima's, Tofo.
Já com a mochila às costas e, após ter entregue a chave do quarto, pus-me a caminho. 
Tinha ainda andado pouco quando oiço chamar por mim, olho para trás, e vejo uma rapariga a correr na minha direcção. Também ela estava de mochila às costas e disse-me que ia para Vilanculos. Lembrei-me de já a ter visto no passeio de barco e, tal como eu, enjoou. Já tínhamos duas coisas em comum!
Como tínhamos as mochilas, a viagem de chapa até Inhambane ficou em 25 Mtn e, assim que chegámos, apanhámos o barco para Maxixe. Dentro do barco senti-me quase como se estivesse no interior de uma igreja... só faltava estarmos de joelhos a rezar. 

No interior do barco para Maxixe. A minha amiga do Texas, que conheci no Tofo, em sofrimento devido ao enjoo .
Chegada a Maxixe.
Apanhámos o chapa para Vilanculos por 250 Mtn e a viagem durou 4h. Eu já não encontrava a posição ideal para estar sentada. Mais uma vez, íamos 4 num banco de 3 com uma data de coisas no chão e, ainda por cima, o chapa estava a aquecer muito e as minhas pernas já ferviam. De facto, algo não estava bem com o chapa porque quando parava era necessário empurrá-lo para voltar a pegar. Aliás, o condutor adoptou a técnica de nunca parar! Em cada paragem andava muito devagarinho e as pessoas e malas iam entrando com o chapa a andar muito, muito devagarinho, enquanto o condutor gritava para se despacharem porque tinha de andar mais depressa. Mas, chegámos lá! 
Ficámos num dormitório no Zoombie Cucumber Backpacker's. Gostei muito deste backpackers, era calmo e tinha um ambiente muito agradável. 

Zoombie Cucumber Backpacker's



Fomos almoçar ao restaurante Tizé. Só tinham peixe vermelho, que podiam fazer com batatas fritas (o acompanhamento é sempre batatas fritas). Foi isso que marchou mais uma garrafa de Laurentina e estava bem bom! 
Entretanto, à saída do restaurante, uns rapazes meteram conversa connosco e acabámos por nos sentar na mesa da esplanada onde eles estavam a beber umas cervejas. Quando nos viram ainda pediram mais umas, apesar de gentilmente recusarmos. Acabei por experimentar Laurentina preta misturada com 2M clara e fica interessante. Parece-me que a Laurentina preta tem um ligeiro sabor a café. 
O sol já se estava a pôr quando regressámos ao backpackers e foi tempo de descansar e ir dormir cedo, cheia de repelente, e debaixo da rede mosquiteiro.

4ªf, 24 Ag. 2011

À tarde

Cheguei do passeio de barco, dei um passeiozinho na praia, deitei-me na areia para recuperar do enjoo, regressei ao quarto e tomei um banho de água quente e deitei-me porque ainda sentia ligeiramente o balançar do barco. Adormeci e recuperei.
Fui almoçar caril de lulas (definitivamente já me sentia bem) no Fátima's place! Na realidade, o prato chamava-se caril de marisco, mas como só tinha lulas eu decidi chamar-lhe caril de lulas.
Depois de almoço fiquei a descansar e a apanhar sol na praia. Fui à vila e encontrei umas senhoras que tinham vindo comigo no chapa para o Tofo e ficámos à conversa.
Regressei, sentei-me na cadeira ao pé do quarto e fiquei a olhar a praia até o sol se pôr.

Tofo

Tofo

Tofo

Snorkeling no Tofo

4ªf, 24 Ag. 2011

Decidi ficar mais um dia no Tofo. É esta uma das vantagens de viajar sem plano definido. 
Hoje de manhã consegui acordar sem despertador apesar de o ter colocado. E porque é que o coloquei? Porque hoje foi dia de ir fazer snorkeling de manhã. Ainda houve tempo para tomar o pequeno-almoço com coisas que comprei ontem no mercado e dar um passeio e um mergulho na praia. 

Por volta das 10:30 cheguei ao centro de snorkeling ao lado do Dinos Bar.

Esplanada do centro de snorkeling.

A primeiro coisa a fazer foi arranjar umas barbatanas. Entretanto, reparei que os outros que também iam fazer snorkeling estavam a escolher fatos de mergulho... Perguntei se precisava de fato ao senhor que os estava a dar, tendo-me ele respondido que já tinha dito aos outros que não era necessário mas que tinham insistido! Eu respondi-lhe que assim ficava mais giro e ele riu-se! Tudo isto em português, tendo em conta que até agora apenas eu e os locais é que falamos português. 
Perguntam-me sempre se sou brasileira quando digo que falo português. Digo que não, que sou portuguesa de Portugal e não acreditam! Já é a terceira vez que dizem que, além de não parecer muito portuguesa, falo português muito bem (obrigada pelo elogio!), que se percebe muito bem e que como normalmente os portugueses falam muito rápido não conseguem perceber. De facto, eu tenho tentado usar palavras mais simples e dizê-las bem para que todos me consigam entender. 

Lá saímos nós da praia, a correr, a empurrar o barco contra as ondas! Todos a ajudar! Um momento marés vivas! Se bem que eu me senti mais a atrapalhar do que a ajudar e ia caindo no meio das ondas... De repente, o guia grita: "Senhoras!" e todas as senhoras tiveram de saltar para dentro do barco! E eu pensei: "Ai com esta é que ele já me lixou! Como é que eu agora salto para dentro do barco com ondas a baterem contra mim e com o barco já acima da minha cintura?" (a minha entrada no barco não foi triunfante, mas lá consegui e uma mãozinha que alguém esticou lá deu uma ajudinha)!
Quando já toda a gente estava dentro do barco, lá partimos no nosso safari aquático!

Passado muito pouco tempo, avistámos uma baleia. Chegámos um pouco mais perto e consegui tirar uma foto com a máquina à prova de água. Mas, ao fim de um tempo de estar ali a baloiçar devagarinho nas ondas, comecei a sentir um ligeiro enjoo... Pensei logo: "Epá, não pode ser. Controla lá isso, vá!". Concentrei-me no horizonte e quando o barco começou novamente a andar rápido respirei de alívio.
O nosso alvo era o tubarão baleia. E, passado pouco tempo, avistámos um! E perdemo-lo de vista novamente... Avançámos mais um pouco e eis que surge outro tubarão baleia! O guia gritou: "Mergulhem!" e nós, já com as barbatanas e máscaras postas, saltámos logo (eu literalmente atirei-me borda fora, qualquer tentativa de entrada triunfante ou delicada no mar foi por água a baixo!) e começámos a nadar na direcção do sítio onde tínhamos avistado o tubarão (quero acrescentar que este tubarão é vegetariano, só come o plânctonezinho que por ali anda na água). Nadei, nadei (e achei difícil nadar no meio do mar onde as ondas são maiores) e não conseguia vê-lo. 

Regressei ao barco e descobri que quase ninguém o tinha visto. Voltar a subir para o barco foi outra aventura! Enquanto o guia me puxava por um braço e dizia para eu dar às barbatanas, eu bem tentava com o meu outro barço içar-me lá para dentro e simultaneamente dar às barbatanas, com as ondas para cima e para baixo... Acabei por fazer uma entrada "triunfante", como se tivesse mergulhado para dentro do barco e, não sei muito bem como, mas acabei sentada mesmo no meio do barco! 
Enquanto esperávamos que todos entrassem, o enjoo voltou a dar sinais... Lá fixei o olhar e a mente no horizonte, pensei no barco a andar rápido e, quando partimos em busca de outro tubarão, tudo melhorou. 
Avistámos um segundo tubarão, quase de seguida. O guia voltou a gritar: "Mergulhem!". Lá fomos nós. Nadei, nadei em direcção ao tubarão enquanto pensava que não fazia ideia se o iria ver e, de repente, só vejo à minha frente uma grande cabeça de tubarão às bolinhas! Mesmo à minha frente! Ao tentar desviar-me perdi-o, porque as águas aqui no Tofo são turvas.

Tubarão baleia. Fotografia retirada de http://animals.nationalgeographic.com/animals/fish/whale-shark/

Regressei ao barco e, desta vez, o balançar devagarinho enquanto esperava que todos entrassem já não deu para aguentar. Lá foi o pequeno-almoço borda fora! Apesar de me sentir ligeiramente mais aliviada, a partir deste momento só queria que o barco andasse rápido. Não percebo o porquê deste enjoo porque nos Açores fui ver as baleias e correu tudo bem. Mas acho que este barco de borracha com motor era menos estável.
Ainda avistámos mais um tubarão baleia mas, desta vez, já não consegui mergulhar. Ainda pensei que se calhar podia ajudar, mas acabei por não experimentar porque depois ia precisar de fazer muita ginástica para conseguir entrar dentro do barco e não estava com muitas forças.
Apesar disto, gostei muito e tive a oportunidade de ver um tubarão baleia mesmo à minha frente!